19- O Primeiro Neto
Américo Saporetti Filho
Enquanto estes fatos aconteciam, Ursolina, a bela tia Linda crescia bonitona e já alertava os olhares dos rapazes da região. Um desses tomou força, prendeu a respiração com fé, conseguiu chegar até ela e entabular uma conversa de namoro. Rapagão alto, moreno carregado, José Alves Costa era filho de dona Emma Garavini e sobrinho de Emílio Garavini. Santo era como carinhosamente todos lhe chamavam. Para mim tio Santo.
Começavam aí os entrelaçamentos que o destino prepararia para os Garavini com os Saporetti. Mas não pensem que foi fácil, foi muito difícil Hugo ceder a sua filha. Quando ele soube que a sua bambina estava de namoricos com um negro, pois o falecido pai de Santinho era negro, o Innocencio Alves Costa, ficou tiririca e perdeu os princípios, e inconscientemente perseguiu o namoro dos dois até mais não poder. De pouco adiantavam as argumentações dos patrícios, de que se o pai era mulato e a mãe italiana, e que o rapaz tinha bons princípios, e que consentindo estaria no caminho certo. 'O mundo não mais admite preconceitos desta ordem, ainda mais partindo de uma mente aberta como a sua'- afirmam que Hugo ouviu do seu compadre Roberto Parentoni sobre o assunto.
Mas qual, o italiano era de não ceder fácil. Continuou contra o namoro dos dois e nem admitia que se falasse em casamento. Houve várias vezes que correu o enamorado Santinho e pôs a filha para casa aos pescoções.
Hoje a análise fria dos fatos nos permite avaliar que Hugo tenha feito toda essa pressão de caso pensado. Ele era a favor do romance, mas não poderia transparecer, e deveria ser duro para que tudo desse certo e o casamento fosse por toda a vida.
E assim foi, cada vez mais o amor dos dois era mais forte, não se sabe se porque, nasceram para o outro ou se pela intransigência de Hugo, que desta forma só fazia adicionar sabor àquele namoro, inicialmente sem comprometimentos.
Finalmente Hugo cedeu aos fatos consumados e consentiu no namoro, apoiou o noivado, e chorou de alegria, sentimental que era, no dia do casamento em 1921. Hugo recebia Santo como genro e dona Emma, Linda como nora. Nascia aí a união destas duas famílias de imigrantes italianos já integrados no Brasil. Todos são unânimes em afirmar que Hugo teve em Santo mais do que um genro, e muito mais que um amigo, teve nele um filho especial, e com ele manteve negócios, e para ele, só para ele, confidenciou sua vida e falou de seus planos e desejos.
Tio Santo, o Santinho, teve com Hugo tão estreitas relações de amizade, que todos riam quando relembravam as corridas e as espaventadas que aquele italiano de gênio forte dera naquele que seria seu genro predileto. Quando seu primeiro neto chegou, filho de Santo e Linda, o Innó, Dr. Innocencio, Hugo abriu uma garrafa de vinho e saudou com vibração o evento e saiu de pandeiro na mão, sem ser carnaval, batendo na cabeça dos conhecidos, amigos e inimigos gritando para todos ouvirem:
_'Hellás, figlio da puta, meu primeiro neto nasció. Sonno nono... Sou avô...' Em pouco tempo Ponte Nova inteira sabia do fato, graças a Hugo. E na casa de Santo não faltou bolinho de fubá, cafèzinho e uma boa cachacinha para ofertar aos amigos que lá foram levar um abraço, e saudar a beleza da criança que começara a respirar rodeada de muito carinho.
Enquanto estes fatos aconteciam, Ursolina, a bela tia Linda crescia bonitona e já alertava os olhares dos rapazes da região. Um desses tomou força, prendeu a respiração com fé, conseguiu chegar até ela e entabular uma conversa de namoro. Rapagão alto, moreno carregado, José Alves Costa era filho de dona Emma Garavini e sobrinho de Emílio Garavini. Santo era como carinhosamente todos lhe chamavam. Para mim tio Santo.
Começavam aí os entrelaçamentos que o destino prepararia para os Garavini com os Saporetti. Mas não pensem que foi fácil, foi muito difícil Hugo ceder a sua filha. Quando ele soube que a sua bambina estava de namoricos com um negro, pois o falecido pai de Santinho era negro, o Innocencio Alves Costa, ficou tiririca e perdeu os princípios, e inconscientemente perseguiu o namoro dos dois até mais não poder. De pouco adiantavam as argumentações dos patrícios, de que se o pai era mulato e a mãe italiana, e que o rapaz tinha bons princípios, e que consentindo estaria no caminho certo. 'O mundo não mais admite preconceitos desta ordem, ainda mais partindo de uma mente aberta como a sua'- afirmam que Hugo ouviu do seu compadre Roberto Parentoni sobre o assunto.
Mas qual, o italiano era de não ceder fácil. Continuou contra o namoro dos dois e nem admitia que se falasse em casamento. Houve várias vezes que correu o enamorado Santinho e pôs a filha para casa aos pescoções.
Hoje a análise fria dos fatos nos permite avaliar que Hugo tenha feito toda essa pressão de caso pensado. Ele era a favor do romance, mas não poderia transparecer, e deveria ser duro para que tudo desse certo e o casamento fosse por toda a vida.
E assim foi, cada vez mais o amor dos dois era mais forte, não se sabe se porque, nasceram para o outro ou se pela intransigência de Hugo, que desta forma só fazia adicionar sabor àquele namoro, inicialmente sem comprometimentos.
Finalmente Hugo cedeu aos fatos consumados e consentiu no namoro, apoiou o noivado, e chorou de alegria, sentimental que era, no dia do casamento em 1921. Hugo recebia Santo como genro e dona Emma, Linda como nora. Nascia aí a união destas duas famílias de imigrantes italianos já integrados no Brasil. Todos são unânimes em afirmar que Hugo teve em Santo mais do que um genro, e muito mais que um amigo, teve nele um filho especial, e com ele manteve negócios, e para ele, só para ele, confidenciou sua vida e falou de seus planos e desejos.
Tio Santo, o Santinho, teve com Hugo tão estreitas relações de amizade, que todos riam quando relembravam as corridas e as espaventadas que aquele italiano de gênio forte dera naquele que seria seu genro predileto. Quando seu primeiro neto chegou, filho de Santo e Linda, o Innó, Dr. Innocencio, Hugo abriu uma garrafa de vinho e saudou com vibração o evento e saiu de pandeiro na mão, sem ser carnaval, batendo na cabeça dos conhecidos, amigos e inimigos gritando para todos ouvirem:
_'Hellás, figlio da puta, meu primeiro neto nasció. Sonno nono... Sou avô...' Em pouco tempo Ponte Nova inteira sabia do fato, graças a Hugo. E na casa de Santo não faltou bolinho de fubá, cafèzinho e uma boa cachacinha para ofertar aos amigos que lá foram levar um abraço, e saudar a beleza da criança que começara a respirar rodeada de muito carinho.
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